Webficação em tupi

Clenon Ferreira

Estima-se que ainda haja 350 mil índios no Brasil, o que equivale a 0,2 % da população. A maior parte da população indígena (27,5%) está concentrada no estado do Amazonas e, em seguida, no Mato Grosso e em Roraima. Muita das vezes, eles vivem isolados e tem receio a outras culturas. Mas isso começa a mudar. O programa de inclusão digital da Fundação Banco do Brasil virou um pólo de tecnologia e integração para povos de diversas regiões, como os Zoró. Há várias estações digitais que produzem conhecimento, desenvolvem aulas de informática e ajudam na webficação dos povos indígenas.
Em 2007, uma das unidades, a chamada Estação Digital Wawã Paju, capacitou 20 alunos: 15 eram índios e cinco eram moradores da região. Uma realização e tanto, contando que eles vivem numa área isolada e não tinham qualquer acesso às tecnologias de informação. Além de promover essa integração dos índios com a internet, a organização ainda trabalha na preservação da história e cultura de vários povos. O pajé da tribo conta mitos e ritos tradicionais de sua história cultural no idioma tupi e logo depois os alunos digitam e publicam na web em português.
O Coordenador Social das Estações, Robson Miguel afirmou que há cursos profissionalizantes aptos ao mercado de trabalho. "Neste sentido, a estação digital é de grande importância para que eles aprendam mais e, no futuro, sejam pessoas mais capacitadas para auxiliar no fortalecimento da comunidade", ressalta. Em 2008 o Programa de Inclusão Digital recebeu um investimento de 2,7 milhões pelo governo Lula.
O Banco do Brasil desenvolve esse trabalho de Inclusão Digital desde 2004 e são ao todo, 243 estações digitais em todo o território brasileiro. O objetivo é simples: capacitar jovens no mundo da internet e informática para que estejam aptos a novas culturas, expansão da sua sociabilidade e futuramente, para o mercado de trabalho.

Diversidade e cultura de paz

O programa Oi Novos Brasis, juntamente com o Ministério da Cultura também faz um trabalho de inclusão digital em várias aldeias no Brasil. São celulares, câmeras fotográficas, filmadoras, computadores e, principalmente, a Internet sendo ferramentas importantes na busca das melhorias para as comunidades indígenas e nas relações destas com o mundo globalizado. Essa rede de Índios On-line começou em 2004 e já se expandiu por 15 etnias e participação de 500 índios. Eles já postaram 3 mil matérias sobre sua identidade e cultura, num total de quase 2 milhões de visitas ao portal. O programa também teve o apoio do projeto Celulares Indígenas, que auxilia na aprendizagem de mídias móveis. Dessa forma, a um misto de culturas que se juntam e promovem diversidade cultural, justiça social e cultura de paz.