sexta-feira, 8 de abril de 2011

LEVY E BAUDRILLARD

As diferenças observadas entre os pontos de vista de Baudrillard e Lévy sobre a comunicação virtual nos mostra quão complexo e polêmico é este assunto. Vivemos em um mundo onde a comunicação virtual trouxe consigo a instantaneidade. Tudo aquilo o que existe no mundo real pode ser virtualizado e o limite físico e geográfico já não funciona mais como uma barreira para o conhecimento. Neste mesmo contexto de inovações e tecnologias emergentes, qualquer cabeça pode nos proporcionar conhecimento e aumentar nossa capacidade da nossa complexa inteligência coletica. Entretanto, deve-se tomar cuidado com tais tipos de informação. Afinal, se anteriormente as informações só eram obtidas por meio de professores e livros, na nossa cibercultura o conhecimento pode vir de todos os lados, inclusive daqueles que não são tão informados assim. Uma certificação de que a origem da informação é confiável é fundamental neste mundo virtual.

Retomando as diferenças de opiniões, enquanto para Levy o virtual funciona como o exercício da criatividade e a garantia da permanência dos processos comunicacionais, para Baudrillard vivemos hoje o fim da era moderna e do projeto de uma comunicação racional, em que o virtual potencializa a natureza artificial. O primeiro apresenta o virtual como uma extensão do real, parte de um processo social, dando novos sentidos à comunicação. Já o segundo, salienta um confronto entre estes dois mundos, em que a expansão do virtual, dá-se às custas do real, que se esvazia.

Por mais radical que possa parecer, esta perspectiva de Baudrillard merece atenção já que propõe uma tendência social: um confronto entre um e outro, o processo do esvaziamento do real, a implosão do social, a artificialidade, a hiper-realidade, entre outras coisas. Isto faz com que muitos acreditem que o processo de virtualização da vida humana não é uma evolucção, mas sim um retrocesso da comunicação interpessoal.

Para mim, no entanto, a comunicação na web observada pelo prisma de Levy é mais compreensível. Segundo ele, a informática é apenas uma ferramenta que auxilia no processo de interação com o virtual, sendo que essa forma de interagir é definida por que manuseia a ferramenta. Logo, ser bom ou mau não é uma característica apropriada a ser dada a este meio. Tal classificação deve ser feita à forma como a informática é utilizada, e os resultados que se obtém com ela. A informática, seria apenas o meio. Concordo com Levy, afinal, graças ao domínio do virtual, a comunicação tem adquirido uma nova forma, graças aos novo sentidos que lhe forma fornecidos pelo mundo virtual.

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