quinta-feira, 7 de abril de 2011

As fiagens-ferrugens partidárias do expansionismo

Os fios da máquina informativa se estenderam, ao delongo do tempo, a alcançar não somente nossos dedos, mas provocaram também uma sistémica conexão por cabos com nossos olhos, ouvidos e cérebro mudando nossas condutas, linguagens e as características da transmissão de informação. As máquinas perecíveis conduzem à sua nova estensão a condição de perecidade. Não é somente a máquina, ou a marca dela, que se renovam a cada semana no mercado, mas, agora, nesta convenção de compra e venda, o homem tem passado do papel de agente ao papel de arranjo regido pela máquina informativa, sendo modificado, fresco e adaptável aos contingentes mundanos, como toda novidade deve ser.

Perante questões de cunho filosófico, diversos autores puseram-se a tratar do tema, mas destacaram-se, em questão, Jean Baudrillard, um sociólogo e filósofo francês, e Pierre Levy, um filosófo da informação. Baudrillard, conhecido como "profeta do fim", beirando à problemática do existencialismo conforme a sua adquirida naturalidade corrente filosófica, afirma que em ambiências virtuais há a existência de um processo de esvaziamento do real, enquanto tudo aquilo que é relativo ao meio físico ou social real circundante está contaminado pela intoxicação midiática que sustenta este sistema tecnológico.

Já para Pierre Levy, o virtual não se opõe ao real, visto que a efetivação do possível já é premissa estabelecida pelo real, enquanto a capacidade criativa existente no virtual é positivada pelo próprio virtual. Para este filósofo, um novo meio que nos rodeia em detrimento de uma nova mídia e assim, da troca de informações magnífica a comunicação em si, como também produz uma reelaboração da disposição de praxe vivenciada pelo homem. A contemporaneidade, aqui, é sintetizada como uma mutação em um espaço indeterminado de tempo presente, como afirmava Levy, dentro do processo de hominização.

Embora, concorde, em partes, com Levy, não posso negar o intelectualismo erótico- filosófico de Jean Baudrillard, que enriquece nosso intelecto com sua postura nem um tanto fleumática, porém, angustiante e convicta, como visto ao estabelecer o termo e conceito de “feudalismo tecnológico”, por exemplo. Sendo, segundo este conceito, precisa a dependência do homem para que se estabeleça de forma plena a relação com dinheiro, os produtos e as idéias. Característica de um sistema que se movimenta num processo espiral contínuo de auto-sustentação e que estabelece como produto uma servidão voluntária.

Para Baudrillard, a distância em seu efeito de ser percebida assim como, a exposição dos diversos lados pelos quais se pode encarar um juízo de valor são alteradas por distorções ou distúrbios ocasionados pela integração de elementos anteriormente a parte e que decorrente disso, se encontram intrinsecamente entrelaçadas que inibem o elemento simbólico das distinções por eles propagados.

As ideias de Baudrillard tecem a morte do texto como toado foi seu nascimento. Elemento virtual deste sistema tecnológico, o homem é figura pela máquina representada. Essas ostentações inerentes ao cargo virtual são simuladas no espaço interno de redes, as quais são abastadas de ilusões de informações e descobertas.

Alanna Sartori Messora

(Jornalismo MAT- 5° período)

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